Num país com partidos sem ideologia e políticos fisiológicos o Judiciário dita as regras
Não obstante ufanar ser um
gigante em democracia, o Brasil nunca gozou da plenitude democrática, haja
vista ser a nossa República inaugurada por donos escravos que se revoltaram contra
a coroa que assinou a lei áurea os fezendo perder a vergonhosa mão obra
escravocrata.
Os ideais republicanos nunca
foram o pendão real da maioria dos postulantes aos cargos políticos da República
Federativa do Brasileira, mas o pano de fundo que rege o pensamento político
partidário sempre esteve ligado a oligarquia ou a aristocracia.
O povo que detém o poder pensa usufruir do escrutínio secreto para escolher seus representantes, todavia são
surpreendidos com o desprazer de ver sua vontade sendo viciada pelo caixa das
grandes empresas e pelo lobby das grandes corporações cujos dirigentes são as
mãos que movimentam as marionetes que atuam nas câmaras municipais, nas assembleias
legislativas e até no Congresso Nacional, Claro, com raras exceções que
geralmente se tornam voto vencido.
Uma coisa preocupa:
Jovens enaltecem a ditadura e
alguns até advogam a sua volta por terem a falsa ideia de que ela traria melhores
dias. É bem provável que tais assim pensam, porque não viveram na época da ditadura ou não foram perseguidos por ela;
A opinião pública joga luz em
inquéritos e promove julgamento antecipado de processos que deveriam correr em
segredo de justiça;
Nos Tribunais superiores Precedentes
são criados onde supostamente não existem leis e tais precedentes se tornam
normas cogentes e "erga omnes" em todo território nacional;
A economia fracassa, a bolsa cai,
o dólar sobe as empresas entram em falência, os empregados são demitidos, a
justiça do trabalho fica abarrotada;
O Brasil hoje conta com 34
partidos políticos devidamente registrados, cujos idealizadores são os mesmos
figurões da velha polícia que se fazem representar por terceiros e cuja
ideologia da maioria deles é a barganha por cargos comissionados, verba para o
fundo partidário, verba para emendas parlamentares e tempo de televisão para o
programa político na campanha eleitoral;
É notório o ativismo legislativo do
judiciário nos últimos tempos, certo é que o tribunal tem legislado em várias
matérias no lugar das casas legislativas e o poder da toga está prevalecendo
sobre o poder do voto;
Enquanto isso os “representantes
do povo” no Congresso Nacional varam a noite na presença da grande mídia, com
discursos inflamados defendem suas teses fascistas, manobram, votam e aprovam a
diminuição menoridade penal.
Pior de tudo é que muitos não dão
conta de que a democracia de um país não está ligada ao número de partidos políticos
que esse país possui, mas necessariamente pelo poder que o seu povo tem de se
fazer representado em todas as esferas do poder por aqueles que foram eleitos
através do escrutínio secreto.
Em uma república organizada o legislativo legisla, o
Executivo executa e o judiciário julga, observando-se apenas raras exceções. E essa ordem não pode ser mudada sobre pena de criarmos uma tirania ou uma anarquia ao invés de democracia.