Com o crescimento do agnosticismo entre os intelectuais que
ditam as regras nas sociedades laicas e com o assustador avanço da
biotecnologia, no que tange à problemática que envolve o momento da morte,
surgem varias indagações que merecem ser estudadas com mais profundidade.
1. Em um mundo onde cada vez mais a religião é rechaçada
pelos intelectuais, seria a bioética a responsável por definiras regrasse o
homem deve viver ou morrer, quando esse estiver na linha divisória entre a vida
e morte?
2. Seria a questão econômica grande responsável pelo
direcionamento das campanhas pró-eutanásia, levando a sociedade a uma mudança
no conceito da ética e da moral tendo como consequência a aceitação de uma nova
bioética que provoca uma mutação na legislação e no biodireito, já que
economicamente não é interessante manter um moribundo vivo quando para esse não
existir mais esperança de cura?
3. Numa sociedade onde a vida é o bem maior tutelado pelo
Estado Democrático de Direito, até quando deve tentar prolongar essa vida e
sofrimento de alguém, se já tem certeza que a moléstia é incurável, isso
afrontaria a dignidade da pessoa humana?
4.Todos os anos milhares de pessoas pobres se tornam cobaias
, o que muitas vezes levam pessoas a serem contaminadas em troca de ganhar
migalhas.Sem contar aqueles que morrem aguardando atendimento médico nas
intermináveis filas do sistema público de saúde. Até quando essa mistanásia (
eutanásia social) será tolerada pela bioética?
A história nos revela que nos idos da antiguidade havia
civilizações onde seus membros entendiam que a vida só valia apena ser vivida
enquanto o ser humano estava forte, saudável e produtivo. Nesses tempos o
doente era assistido somente enquanto para ele ainda havia esperança de
recuperação. A partir disso, ou se o tal não era mais produtivo, o fraco, o
doente, o deficiente e o idoso não tinha razão para permanecer vivo. Tais
pessoas quando não era morta pelos próprios familiares, era abandonada ou
submeti-se ao suicídio. Pensamento esse que foi ressuscitado pelo nazismo no
século XX, motivando a segunda guerra mundial devido as atrocidades cometidas.
Com o advento do Cristianismo houve uma grande mudança no
pensamento ético do mundo antigo, e principalmente no ocidente começou a surgir
os primeiros hospitais beneficentes, asilos, orfanatos etc., com a finalidade
de assistir os pobres, os moribundos, os marginalizados e abandonados pela
sociedade. Mas o laicismo anticristão pregado nos últimos séculos pelos céticos
e divorciados de Deus, somado a um capitalismo selvagem onde o lucro determina
as ações tem corroído a ética cristã ocidental dando lugar a uma nova ética, ou
seja, uma nova ordem mundial, onde impera o hedonismo, o deismo travestido de
cristianianismo moderno, levando a sociedade a aderir a eutanásia ativa,
eutanásia passiva (Ortotanásia), ao aborto, ao suicídio assistido dando inicio
à volta ao pensamento antigo.
É tempo de voltarmos
as nossas raízes e pregar novamente o simples evangelho da cruz o qual traz
vida, comunhão na doutrina, nas orações, no partir do pão onde como igreja
possamos dizer ao mundo que existe uma vida eterna nos aguardando, mas que o
nosso Jesus veio dar vida e vida com abundancia...
A ortotanásia é silenciosa, mas muito preocupante pois inclusive faz parte
do ante projeto do código penal que está no congresso nacional. A ortotanásia
já é aceita pelo CFM, se tornou um projeto de lei que ora é discutido em
comissão na Camara dos Deputados. Fiz um estudo científico nessa área e
realmente são poucas as pessoas que se preocupam com a eutanasia, seja ela
passiva ou ativa ou suicídio assistido, cada vez mais o ordenamento juridico no
Brasil e no mundo está legalizando essa realidade o que levou alguns países
outrora cristãos se tornar rota do turismo da morte, e o cristianismo
contemporâneo muitas vezes se mostra compassico a ela a esta realidade.
O aborto por exemplo é considerado na literatura
como um tipo de eutanásia,e esse supera e muito o numero de mortes no transito
pois na maioria das vezes não é possivel contabilizar. O que dizer da morte
incefálica, a qual é uma morte legal e não biológica, pensando nesse diapazão
nunca fariamos uma estimativa das pessoas que estariam vivas quando foram
considera mortas.
O que dizer da mistanasia onde
milhões de pessoas morrem por ter seu atendimento médico postergado pelo
simples fato de ser hiposuficiente; e as pessoas que são infectadas em
procedimentos esperimentais onde elas atuam como cobaia, nesse caso jamais
saberemos a "causa mortis' ou teriamos condições de fazer estimativas de
quantas já morreram, sem contar os milhões que vivem a baixo da linha da
miseria e morrem de desnutrição.
É tempo de rever nossos conceitos e ter a vida humana como bem maior
tutelado pela direito...
Na minha opinião é tempo sim de
levantarmos nossas cabeças e pregar um evangelho que cura, que liberta, que
transfroma, que ama, um evangelho que aceita a morte, mas que condena qualquer
tipo de homicidio e principalmente aquele tipo de homicidio que se apresenta
como solução para o problema da dor e do sofrimento, como também aquele tipo de
homicidio que tem fins puramente econômicos.
Assim cumpriremos a missão do evangelho é pregar e viver
a paz, a vida e a comunhão, "não conformando com esse mundo mas
transformando pela renovação do nosso pensamento."
José Gildasio Pereira
Advogado